terça-feira, 16 de agosto de 2011

Delegados do caso da escrivã que ficou nua durante revista faltam à audiência na Alesp

Dentre os muitos motivos que levaram a criação desse blog e do grupo de estudos do qual participamos, com certeza está em posição central o descaso com a dignidade do profissional de segurança pública. Todos os dias recebemos informações das violações de direitos humanos que ocorrem dentro das instituições de segurança. Nossa voz é aqui e nosso trabalho dentro e fora das corporações. Não podemos deixar passar sem ao menos levantar nossa voz. Esse é apenas mais um de muitos. 
Delegados do caso da escrivã que ficou nua durante revista faltam à audiência na Alesp
Eles afirmam que não estavam com a agenda livre e deverão ser convocados por Comissão
Do R7 em 03/08/2011
Os delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, envolvidos no caso da escrivã que foi despida à força em uma revista na Corregedoria da Polícia Civil, faltaram à audiência que está sendo realizada na tarde desta quarta-feira (3), na Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa da Alesp, eles enviaram um documento que justificava a falta afirmando que “não estavam com a agenda livre”.

Eles haviam sido convidados pela Comissão de Direitos Humanos da Casa, que já ouviu nesta tarde o procurador Jefferson Aparecido Dias e o advogado da escrivã, Fábio Guedes Garcia da Silveira. Às 15h, prestava depoimento a antiga diretora da corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, delegada Maria Inês Trefiglio.



Todos os membros da comissão presentes na audiência votaram a favor de que, agora, os delegados sejam convocados pela Casa a prestar esclarecimentos sobre o caso. Desta vez, eles deverão ser ouvidos em datas diferentes.

Fazem parte da comissão os deputados: Ari Fossen (PSDB), Olimpio Gomes (PDT), Leci Brandão (PCdoB), Rita Passos (PV), Marco Aurélio de Souza (PT) e o presidente da comissão, Adriano Diogo (PT).

Ainda devem ser ouvidos o diretor responsável pela Corregedoria da Polícia Civil, delegado Délio Montresor.

Relembre o caso

Uma escrivã da polícia foi orbigada a tirar a roupa na frente de policiais homens no distrito onde trabalhava, em Parelheiros, zona sul de São Paulo. O delegado responsável teria dito que chamaria agentes femininas, mas que teria que acompanhar a revista. A vítima negou-se e acabou sendo revistada à força por policiais homens, que descobriram R$ 200 na calcinha dela.

O caso aconteceu em 2009, mas veio à tona após um vídeo ter sido publicado na internet em fevereiro deste ano. Em entrevista à Rede Record, a escrivã disse ter se sentido “violada” como mulher.

- Eu pedi ajuda, mas alguns minutos antes de tirarem a minha roupa, aquele delegado [que aparece no vídeo] tirou o meu delegado da sala. Como profissional, me senti desrespeitada pelos próprios colegas. Como mulher, me senti violada, um lixo.

O secretário de Segurança Pública determinou a saída dos delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, envolvidos na operação.

3 comentários:

  1. Os de cima sempre arrumam um jeito de se safar. Mas tenho fé que essa, como tantas outras atrocidades que acontecem com qualquer pessoa, um dia não existirá mais!

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  2. Senhores e senhoras é incrível a que ponto de hipocrisia chegamos! Esses servidores estão sendo protegidos de uma maneira que não se entende bem o motivo.
    Gostaria de saber onde ou a quantas anda a deflagrada VIA RÁPIDA? Existe para poucos? Aqueles que não tenham padrinhos poderosos?, Realmente me sinto envergonhado de pertencer a mesma secretaria que homens que deveriam zelar pela legislação. A Polícia é legalista? Ou melhor deveria ser!!
    Esperamos que este caso não fique impune, haja vista que vários policiais são demitidos por razões que muitas vezes envolvem desejos de seus superiores sem escrúpulos!

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  3. Bandidos travestidos de delegados, isso é que são. Os caras são tão deuses que defecam e caminham para o poder legislativo.

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