quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Conhecimento e aplicação: responsabilidade social - Tania Regina Nobrega Sato

    O misticismo e a filosofia foram formas que o homem encontrou para compreender e conhecer sua realidade. Sempre que um “vazio” se apresentasse, uma pergunta não obtivesse resposta, procurava-se suprir tais necessidades, pois não há conhecimento que se realize fora da relação do homem / mundo ou homem / homem. Há uma relação de reciprocidade entre o sujeito (aquele que busca conhecer) e o objeto (aquilo que se quer ou se dá a conhecer).

    Ao analisarmos os tipos de conhecimento verificamos que não é neutro ou desinteressado, mas construído sob uma perspectiva social, política e cultural, impulsionadas por necessidades humanas iminentes, ou seja, à medida que o homem se relaciona com os outros homens, ele adquire e constrói entendimentos sobre a realidade que o cerca. Neste processo de criação, o conhecimento que é produto de uma prática que se faz social e historicamente situada (relacionada a determinado momento da vida humana) pode ser espontâneo ou costumeiro, cientifico e filosófico.
    Dentre suas conceituações teóricas, o conhecimento poderia ser definido como a incorporação de um conceito sobre um fato ou fenômeno. Essa incorporação ocorreria com o acúmulo de experiências, de relacionamentos, de culturas, adquiridos através de suas muitas perspectivas. Como as perspectivas são várias, de acordo com o tipo de sociedade em que vive o sujeito, o entendimento sobre aquela determinada realidade pode em outro determinado momento refutar um entendimento anterior. O estudo da história pode demonstrar muito bem como isso funciona.
    Não há conhecimento que seja absoluto, não há como esgotarmos totalmente as descobertas e, pela aquisição e aplicação desse conhecimento diversas civilizações marcou seu nome na história mundial. Até hoje, as civilizações egípcia, grega, romana, maia, asteca, inca, entre outras, como a China, o Japão, surpreende com seus feitos em mundo sem consciência de sua amplitude, sem tecnologia.
    Ao longo dessa evolução, o conhecimento era forma de controle ou manutenção do poder, na medida em que o saber cria dúvidas a respeito sobre a legitimidade dessa mesma autoridade. Certo é que a construção do futuro seria melhor se acrescido de conhecimentos sobre eventuais erros cometidos.
    Assim, a construção do conhecimento, deve ser fundada no uso criterioso da razão, no uso criterioso da razão, permeado de princípios éticos e fundado nas raízes sociais nas raízes sociais. É um trabalho perene, exaustivo, extremamente dinâmico, já que sempre existem novas perspectivas de se olhar o mesmo objeto, nem tampouco pode ser restrito a um único indivíduo, ou casta social. O conhecimento sem aplicação é em vão. É desperdício e condena o homem ao esquecimento.
    Se o conhecimento nasce das necessidades de inovação, adaptação, criação, mesmo que não diretamente ligados, mesmo que por uma curiosidade natural, permite ao sujeito a um mínimo de questionamentos e, portanto abertos à expansão do intelecto.
    Há muito que aprender e finalizando esse momento aproveito uma citação do Talmude: “a coisa principal da vida não é o conhecimento, mas o uso que dele se faz”. Assim é. O que fazemos com o que adquirimos é o mais importante. O futuro depende única e exclusivamente das nossas escolhas.


TANIA REGINA NOBREGA SATO
Policial Civil, Especialista em Políticas Públicas e Gestão em Segurança Pública

Um comentário:

  1. Parabéns a todos vocês por esta iniciativa.
    A Segurança Pública vive um novo paradigma e um novo momento, exemplo disto certamente é a criação deste Blog, estarei acessando diurtunamente.
    Abs a todos em boa conclusão de curso com ricas monografias.

    José Marcelo
    Comissão Regional de Direitos Humanos PRF/SP

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